Confederação Nacional das Instituições Financeiras – 27.10.17
A 2ª e 3ª rodadas do leilão de pré-sal, que acontecem hoje no Rio de Janeiro, devem ter muita concorrência e vários consórcios, após a derrubada de uma liminar da Justiça Federal do Amazonas que a havia suspendido.
A Petrobras deve montar consórcios com empresas diferentes para as áreas em que já exerceu preferência. Conforme comunicou ao governo, a estatal quer ter ao menos 30% de três dos oito blocos que serão oferecidas no certame de hoje.
Na 2ª Rodada, a Petrobras declarou preferência pelo Entorno de Sapinhoá, na Bacia de Santos. Trata-se de uma área adjacente ao campo de Sapinhoá. Para a 3ª Rodada, a estatal exerceu seu direito para Alto de Cabo Frio Central, entre as Bacias de Santos e Campos, e Peroba, em Santos.
“As áreas em que a Petrobras exerceu preferência serão as mais disputadas, com certeza. Ao exercer essa preferência, a estatal sinalizou ao mercado que o potencial é grande. Como as áreas são diferentes entre si, a empresa deve montar consórcios diferentes, de acordo com o perfil da concorrente e do campo”.
“Com isso, a Petrobras consegue mais parceiros e mais recursos para sustentar o pré-sal, que exige muitos investimentos” – disse uma fonte, lembrando que a Petrobras é sócia da Shell e da Repsol Sinopec em Sapinhoá.
Outra fonte no setor destacou que, além dessas três áreas, outra que terá forte concorrência é o Norte de Carcará, da 3ª Rodada, que é campo adjacente ao de Carcará. Em julho de 2016, a Petrobras vendeu sua fatia de 66% em Carcará para a Statoil, por US$ 2,5 bilhões. Com isso, a norueguesa vai se juntar aos sócios Petrogal (14%), Queiroz Galvão Exploração e Produção (10%) e Barra Energia do Brasil. O Norte de Carcará tem um bônus de R$ 3 bilhões. Na 3ª Rodada, outra área citada pelas fontes é Pau Brasil, que deve ter forte procura por parte das empresas.
“O leilão vai ser a rodada mais importante que o Brasil já fez em toda a sua história. Isso vai representar na prática a retomada das empresas de exploração no Brasil. Todas as áreas terão interesse e em algumas delas haverá concorrência”, disse Paulo Valois, sócio do escritório Schmidt Valois.
João Paulo Naegele, advogado de óleo e gás do escritório Vinhas e Redenschi Advogados, acredita que haverá concorrência em praticamente todas as áreas.
“Haverá disputa, sim. O leilão é uma oportunidade para que as empresas consigam aumentar suas reservas” – disse.
Uma fonte destacou ainda que os campos unitizados podem ter lances por quem já opera nos campos vizinhos. É o caso de Sul de Gato do Mato, que é uma área adjacente ao campo de Gato do Mato, que tem entre os sócios Shell e Total.
Já a área de Sudoeste de Tartaruga Verde pode ter novos sócios. A área é vizinha ao campo de Tartaruga Verde que a Petrobras tentou vender para a australiana Karoon, mas o negócio acabou não saindo.
“Muitas empresas já mostraram interesse por Tartaruga Verde, mas o negócio não saiu. De qualquer forma, a área pode ser alvo também “, afirmou outra fonte. (de O Globo)